Castel Pujol Tannat 2002
Nome comercial: Castel Pujol
Produtor: Bodegas Carrau
Uva: Tannat
Ano: 2002
Região: Las Violetas (Uruguai)
Álcool: 13%
Para os brasileiros, quando se fala em Uruguai, as primeiras palavras que vêm à cabeça são churrasco, Copa de 50, Maracanã, churrasco, Darío Pereyra, churrasco e Punta del Leste. Ah! E churrasco! Com os vinhos é praticamente a mesma coisa. Falou em vinho uruguaio, a principal referência é a Tannat, uva originária da França, mais precisamente da região basca daquele país, que chegou ao Uruguai no final do século XIX e, após alguns percalços, voltou pra lá com força total em meados dos anos 1970. Hoje, para vocês terem uma idéia, um dos slogans do país é: Uruguai. O país da Tannat.
Isso tem explicação. A Tannat se deu melhor no Uruguai do que em seu próprio país de origem, mais ou menos como acontece com a Malbec, na Argentina. Além da Tannat, duas outras uvas são destaques no Uruguai: a Sauvignon Blanc, que faz excelentes vinhos brancos, e a Cabernet Franc, que é muito utilizada como uva de corte (quando é combinada com outra ou outras uvas) devido ao seu aroma frutado e os taninos delicados. Um corte freqüente é justamente o da Tannat com a Cabernet Franc.
Para essa semana tomei um vinho produzido pela Bodegas Carrau, uma das mais tradicionais do país, que faz o Castel Pujol. Sapequei um 2002 e logo de saída, no nariz, senti um aroma intenso de madeira e frutas. Na boca, a forte presença de tanino (uma das principais características da Tannat) e a grande acidez fazia dele um vinho encorpado e ainda um pouco duro. Achei melhor deixá-lo respirar por uns minutos. Mas depois... que beleeeza!!! O vinho revelou um aroma muito agradável de couro. Com taninos e acidez em perfeito equilíbrio, mais o couro, a madeira e as frutas, o resultado foi um vinho sério, com boa estrutura e que me surpreendeu, pois eu esperava menos dele.
E você, Paulinho Martins, que dias passamos aí, hein meu chapa! O que você me diz sobre este vinho, este varietal e qual é a sugestão para acompanhá-lo? Se precisar, acione o Pasta-Man, o Moustache e o Felipe From Far Away para executar. E viva a cerveja na xícara!
Grande abraço, chef!
Dica do Chef – Harmonizando com a comida
por Paulinho Martins (chef de cozinha do Txai Resort, Itacaré - BA)
Fala, Don Pablo Nacer!!
Sem dúvida!!! Uma semana de vinho, gastronomia, convívio com a brigada e cerveja em xícara é o suficiente para saber como funciona a vida de um restaurante, e para não sermos criticados como éramos na escola por fazermos piadas que só a gente entendia (piadas internas como dizíamos). Tenho que explicar que os referidos Bigode (Moustache), Macarrão (Pasta-Man) e Felipe Dilonge (Felipe From Far Away) são membros da minha brigada. E como atendo muito estrangeiro dou apelidos em inglês. Mas chega de falar besteira e vamos ao que interessa: vinho.
Tannat!!!!! Que beleza, não? Varietal de personalidade com força e rusticidade. Esta uva não faz vinhos elegantes e macios, pelo contrário, sempre tem pegada com taninos verdes e boa acidez. No nariz a presença animal é quase certa em todas as garrafas. Couro molhado que lembra uma bolsa velha da minha mãe.
Eu considero a Tannat como a prima espoleta da Cabernet Sauvignon. Se fosse uma mulher definiria com uma gata de salto plataforma, mini-saia e decote. Mas como não é, defino como um vinho jovem, com presença marcante e um ataque de boca no melhor estilo “cheguei”.
Sobre o que comer com esta garrafa, tem que ser carne com certeza. Essa quantidade de tanino entra em colisão direta com qualquer tipo de peixe. Sugiro um entrecôte bovino ou um carré de cordeiro. Mal passado. A textura substancial de uma carne mal passada tem tudo a ver com vinhos taninosos.
E cuidado com os queijos. Vinhos com alta presença tânica não se dão bem com queijos. No caso de petiscar mande uma porção de salame ou presunto cru.
Tente também um sanduba de rosbife, apesar de que eu (mais uma vez) prefiro com uma lata de cerveja gelada.
Abraço e vamos bebendo em taça de cristal e xícara de cerâmica!
Paulinho
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